ATA DA REUNIÃO DA ACADEMIA
IPUENSE DE LETRAS, CIÊNCIAS E ARTES
Local: Academia Cearense de
Letras
Data: 16/05/2009
Horário: 10h
Participantes:
Manuel
Evander Uchoa Lopes (Presidente)
João Martins
de Souza Torres (2º Vice-Presidente)
Cláudio
César Magalhães Martins (Secretário-Geral)
Olívio
Martins de Souza Torres (1º Tesoureiro)
Abílio
Lourenço Martins (Acadêmico)
Ana Lucila
Aires Martins (Acadêmica)
Francisca
Ayla Oliveira Costa (Acadêmica)
João Pereira
Mourão (Acadêmico)
José Sólon
Sales e Silva (Acadêmico)
Maria de
Jesus Lima (Acadêmica)
Maria do
Carmo Cavalcante Aragão Magalhães (Acadêmica)
Chico
Parnaibano (Convidado)
Iniciando os
trabalhos, o Presidente Evander, após invocar a proteção divina, solicitou ao
Secretário-Geral que procedesse à leitura da ata da reunião anterior, realizada
em 14/02/09. Submetida à apreciação dos presentes, o Acadêmico João Martins de
Souza Torres ressalvou que a famosa frase de Shakespeare “Ser ou não ser: esta
é a questão” e que foi alterada pelo Acadêmico José Júlio Martins Torres, em
sua palestra “A Visão Fractal na Vida e
nas Organizações”, proferida na data acima, deveria ser expressa como “Ser
e não ser: eis a solução”, ao invés de “Ser ou não ser: eis a solução”, conforme
constou da ata. A retificação foi feita de imediato. Dando seqüência, o
Presidente solicitou ao Secretário-Geral que fizesse a leitura de duas
correspondências recebidas, a saber: a primeira, de Maria Graziella
Evangelista, datada de 29.04.09, manifestando seus agradecimentos à Presidência
da AILCA por haver acatado a indicação de seu nome, feita pelo Acadêmico João
Martins de Souza Torres, para fazer parte da Academia; a segunda, do Acadêmico José
Airton Pereira Soares, comunicando e solicitando aprovação da AILCA para o
curso “A Arte de Falar em Público”, que
pretende promover, em nome da Academia Ipuense de Letras, Ciências e
Artes, no período de 15 a 19 de junho
próximo, no Sindicato dos Contabilistas do Estado do Ceará, à Rua Pero Coelho,
319 – Centro de Fortaleza, no horário das 18h30 às 21h30 . O investimento para
o público em geral é de R$ 100,00 (cem reais), havendo um abatimento de 20%
para aqueles que indicarem um participante, de 30% para os ipuenses em geral e
de 50% para os membros da AFAI e/ou da AILCA. A iniciativa foi aprovada por
todos os acadêmicos presentes, com louvor. Em prosseguimento, foi antecipada a
data da próxima reunião da Academia, em Fortaleza, inicialmente prevista para o
dia 13 de junho, para o dia 06 do mesmo mês, em virtude do feriado de Corpus Christi (dia 11.06), o qual
poderia ocasionar um esvaziamento da reunião. Outro assunto abordado foi o da
Conta Poupança na Caixa Econômica Federal, de nº 022/124-0, Ag. nº 1048. Quem
desejar transferir os pagamentos de outro banco para a CEF deverá omitir o nº
022. A seguir, o Presidente comunicou que a apresentação de candidatos à AILCA
poderá ser realizada a partir da próxima reunião; registrou também a vacância
de duas cadeiras, dado o falecimento dos acadêmicos Mons. Francisco Ferreira de
Moraes e Antônio Tarcízio Aragão (Boris). Abriu-se, então, espaço para as
manifestações acerca dessas duas personalidades, de atuação marcante na cidade
de Ipu. Inicialmente, pronunciou-se o Acadêmico João Martins de Souza Torres,
que, preliminarmente, sugeriu a inclusão, no Estatuto da Academia, de
dispositivo que determinasse que, a cada morte de um acadêmico, fosse realizada
uma homenagem póstuma, sendo designado um membro da Academia para discorrer
sobre o falecido. O Secretário Geral, Cláudio César, lembrou que, na Academia
Brasileira de Letras, o sucessor do acadêmico morto presta-lhe homenagem
através um panegírico, por ocasião de sua posse. O Presidente Evander
corroborou essa posição, afirmando que o atual Estatuto da AILCA já contempla
tal manifestação quando da posse do acadêmico sucessor. Sobre o Mons. Moraes,
João Martins declarou tratar-se de um notável cidadão, responsável por obras de
grande vulto em prol da cidade de Ipu, à qual dedicou a maior parte de sua
existência, com atuação não apenas sob o ponto de vista material como também no
tocante ao pastoreio dos fiéis. Além disso, tratava-se de um grande orador
sacro e de um poeta de boa qualidade, o que muito honrou a nossa Academia.
Sobre Antônio Tarcízio Aragão (Boris), afirmou tratar-se de alguém que amou
intensamente a sua cidade, tendo deixado a todos nós um exemplo de doação e
humildade. Teve a sorte de partir desta
vida rapidamente, escapando do longo sofrimento que a doença que o acometeu
poderia lhe causar. Em seguida, falou o Acadêmico Abílio Lourenço Martins,
cunhado de Antônio Tarcízio. Disse orgulhar-se de tê-lo tido como cunhado, dada
a sua nobreza de caráter. Historiou o romance ocorrido entre o falecido e sua
irmã Celininha, que culminou com a fuga de ambos em um determinado período de
Carnaval, em Ipu. Lembrou os muitos anos de feliz matrimônio de Tarcízio e
Celininha e o fato de nunca ter visto seu cunhado levantar a voz nem para a
esposa nem para os filhos. Pronunciou-se, a seguir, o Acadêmico Olívio Martins
de Souza Torres. Sobre o Mons. Moraes, destacou a obra monumental que logrou
construir: o Patronato Milton de Souza Carvalho, que não contou com qualquer
ajuda oficial, mas com a generosidade dos irmãos Milton e Nilo Carvalho,
radicados no Sul do País. Trata-se da maior obra já realizada em Ipu e disso
podemos tirar uma lição: não esperar tudo do poder público. No que diz respeito
ao Boris, relembrou sua posse na Academia, no mês de janeiro último. Recordou o
tempo em que seu pai, Abdias Martins, na década de 40, havia arrendado o sítio
Lagoa, onde morava o Boris, para plantar
cana e fabricar rapadura, e suas idas freqüentes àquele aprazível sítio para
tomar banho no riacho Ipuçaba e beber garapa de cana. Destacou, por fim, o
profundo amor do falecido à sua terra natal, de onde nunca arredou pé em toda a
sua vida profissional, como funcionário do Banco do Brasil. Em prosseguimento,
a Acadêmica Francisca Ayla Oliveira Costa deu o seu depoimento. Lembrou a
tristeza vivida pelo Ipu no dia 15/04/09, data da partida do Mons. Moraes para
a pátria definitiva, o céu. Evocou “a voz que despertava os cristãos para o
louvor, que transmitia palavras de consolo aos amargurados e palavras de ânimo
aos abatidos.” Fez registro dos sacramentos valiosos que o extinto realizou nas
vidas dos ipuenses, como “batismos, eucaristias, casamentos e tantas outras
celebrações importantes.” Relembrou as festas de São Sebastião promovidas por
Mons. Moraes, “que já não terão o mesmo brilho.” Destacou também a dedicação do
falecido ao progresso de Ipu, particularmente nas áreas de educação e saúde.
Finalmente, lembrou o dito do poeta Fernando Pessoa, aplicável ao homenageado:
“foi inteiro em cada parte.” O próximo acadêmico a se pronunciar foi José Solon
Sales e Silva, que ressaltou a trajetória do Mons. Moraes no âmbito
eclesiástico. Tendo iniciado sua atuação como padre em Nova Russas, onde
permaneceu por cerca de 10 anos, foi designado, em seguida, para o Ipu, cidade
à qual dedicou-se intensamente durante mais de 60 anos, conforme já explanado
nos depoimentos anteriores. Embora suas incursões na política partidária não
hajam alcançado o êxito esperado, deixou lições positivas também nesse campo. Ato
contínuo, fez uso da palavra a Acadêmica Maria do Carmo Cavalcante Aragão
Magalhães (Carmita), irmã de Boris, que, após agradecer as manifestações de
apreço feitas ao seu irmão, destacou o amor deste à sua terra natal, bem como
duas virtudes que lhe eram inerentes: a mansidão e a humildade. Louvou, ainda,
o acendrado amor que Boris tinha à sua família, lamentando, por fim, que, na
qualidade de Secretário de Agricultura de Ipu, na atual gestão municipal, não
tenha podido pôr em prática os muitos planos que imaginara implantar.
Finalizando as manifestações, o Presidente Evander, referindo-se ao Boris, disse
que “a perda de um amigo sempre cala no coração da gente”. Mencionou que sua amizade com o falecido havia
sido forjada ainda nos bancos escolares, tendo continuado ao longo do tempo,
até a sua morte. Relatou, por fim, o entusiasmo de Boris no cargo de Secretário
de Agricultura e seus planos nessa área, tais como a realização de exposições,
a construção de açudes e outras ações que intentava implementar. Terminou seu
pronunciamento afirmando que, embora Boris não estivesse mais aqui fisicamente,
estava espiritualmente e que, lá onde se encontra, continua olhando por nós. Em
seqüência, o Secretário Geral, Cláudio César, trouxe ao conhecimento dos
presentes matéria publicada no jornal Diário do Nordeste, edição de 16/05/09,
na qual era dada a notícia de que o prefeito Sávio Pontes havia decretado
estado de emergência em Ipu, em decorrência das fortes chuvas caídas na região,
onde 424 pessoas estavam desabrigadas, 9 se encontravam feridas, já tendo
ocorrido uma morte, além da destruição de 107 prédios. Outra notícia veiculada
pelo jornal dizia respeito ao estímulo dado à música pela atual administração
municipal, com a aquisição de instrumentos musicais para três projetos do
maestro Jorge Nobre, quais sejam os grupos Sexteto, Quinteto de Cordas e o
Clube do Chorinho. Além disso, a Casa de Cultura Profa. Valderez Soares vem
oferecendo oficinas de teoria musical, violino, teclado, violão, bateria, baixo
elétrico e flauta doce. Em prosseguimento, a Acadêmica Ana Lucila anunciou que,
entre os dias 08 e 22 do corrente mês, está sendo realizada, no Centro Cultural
Oboé, uma exposição de arte e cultura, da qual fazem parte pinturas de sua
autoria. Concluindo a reunião, o Presidente Evander prestou informações sobre a
reunião realizada recentemente entre membros da AFAI e da AILCA e o prefeito
Sávio Pontes, de Ipu, em que foi discutida a recuperação da estação
ferroviária, para a qual já existem recursos disponíveis; com relação à
Igrejinha, ainda não foram obtidos os recursos necessários, mas será solicitada
ao Pe. Raimundo Nonato, pároco da cidade, permissão para a adoção de
providências inadiáveis com vistas a impedir o seu desmoronamento. Por fim, foi
feita a distribuição aos presentes de dois artigos do jornalista Paulo Tadeu no
jornal “O Estado”, reivindicando a construção de uma estátua em homenagem ao
Dragão do Mar, como era conhecido Francisco José do Nascimento, que se
notabilizou pela luta abolicionista no Ceará. Nada mais havendo a tratar,
deu-se por encerrada a reunião e, para constar, lavrei a presente ata, que vai
assinada por mim e pelo Presidente da AILCA.
CLÁUDIO
CÉSAR MAGALHÃES MARTINS
Secretário-Geral
MANUEL
EVANDER UCHÔA LOPES
Presidente
da AILCA
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