terça-feira, 10 de abril de 2012

ATA - 2009.05.16 (For)


ATA DA REUNIÃO DA ACADEMIA IPUENSE DE LETRAS, CIÊNCIAS E ARTES

Local: Academia Cearense de Letras
Data:  16/05/2009
Horário: 10h

Participantes:
Manuel Evander Uchoa Lopes (Presidente)
João Martins de Souza Torres (2º Vice-Presidente)
Cláudio César Magalhães Martins (Secretário-Geral)
Olívio Martins de Souza Torres (1º Tesoureiro)
Abílio Lourenço Martins (Acadêmico)
Ana Lucila Aires Martins (Acadêmica)
Francisca Ayla Oliveira Costa (Acadêmica)
João Pereira Mourão (Acadêmico)
José Sólon Sales e Silva (Acadêmico)
Maria de Jesus Lima (Acadêmica)
Maria do Carmo Cavalcante Aragão Magalhães (Acadêmica)
Chico Parnaibano (Convidado)

                                  
                                  
Iniciando os trabalhos, o Presidente Evander, após invocar a proteção divina, solicitou ao Secretário-Geral que procedesse à leitura da ata da reunião anterior, realizada em 14/02/09. Submetida à apreciação dos presentes, o Acadêmico João Martins de Souza Torres ressalvou que a famosa frase de Shakespeare “Ser ou não ser: esta é a questão” e que foi alterada pelo Acadêmico José Júlio Martins Torres, em sua palestra “A Visão Fractal na Vida e nas Organizações”, proferida na data acima, deveria ser expressa como “Ser e não ser: eis a solução”, ao invés de “Ser ou não ser: eis a solução”, conforme constou da ata. A retificação foi feita de imediato. Dando seqüência, o Presidente solicitou ao Secretário-Geral que fizesse a leitura de duas correspondências recebidas, a saber: a primeira, de Maria Graziella Evangelista, datada de 29.04.09, manifestando seus agradecimentos à Presidência da AILCA por haver acatado a indicação de seu nome, feita pelo Acadêmico João Martins de Souza Torres, para fazer parte da Academia; a segunda, do Acadêmico José Airton Pereira Soares, comunicando e solicitando aprovação da AILCA para o curso “A Arte de Falar em Público”, que pretende promover, em nome da Academia Ipuense de Letras, Ciências e Artes,  no período de 15 a 19 de junho próximo, no Sindicato dos Contabilistas do Estado do Ceará, à Rua Pero Coelho, 319 – Centro de Fortaleza, no horário das 18h30 às 21h30 . O investimento para o público em geral é de R$ 100,00 (cem reais), havendo um abatimento de 20% para aqueles que indicarem um participante, de 30% para os ipuenses em geral e de 50% para os membros da AFAI e/ou da AILCA. A iniciativa foi aprovada por todos os acadêmicos presentes, com louvor. Em prosseguimento, foi antecipada a data da próxima reunião da Academia, em Fortaleza, inicialmente prevista para o dia 13 de junho, para o dia 06 do mesmo mês, em virtude do feriado de Corpus Christi (dia 11.06), o qual poderia ocasionar um esvaziamento da reunião. Outro assunto abordado foi o da Conta Poupança na Caixa Econômica Federal, de nº 022/124-0, Ag. nº 1048. Quem desejar transferir os pagamentos de outro banco para a CEF deverá omitir o nº 022. A seguir, o Presidente comunicou que a apresentação de candidatos à AILCA poderá ser realizada a partir da próxima reunião; registrou também a vacância de duas cadeiras, dado o falecimento dos acadêmicos Mons. Francisco Ferreira de Moraes e Antônio Tarcízio Aragão (Boris). Abriu-se, então, espaço para as manifestações acerca dessas duas personalidades, de atuação marcante na cidade de Ipu. Inicialmente, pronunciou-se o Acadêmico João Martins de Souza Torres, que, preliminarmente, sugeriu a inclusão, no Estatuto da Academia, de dispositivo que determinasse que, a cada morte de um acadêmico, fosse realizada uma homenagem póstuma, sendo designado um membro da Academia para discorrer sobre o falecido. O Secretário Geral, Cláudio César, lembrou que, na Academia Brasileira de Letras, o sucessor do acadêmico morto presta-lhe homenagem através um panegírico, por ocasião de sua posse. O Presidente Evander corroborou essa posição, afirmando que o atual Estatuto da AILCA já contempla tal manifestação quando da posse do acadêmico sucessor. Sobre o Mons. Moraes, João Martins declarou tratar-se de um notável cidadão, responsável por obras de grande vulto em prol da cidade de Ipu, à qual dedicou a maior parte de sua existência, com atuação não apenas sob o ponto de vista material como também no tocante ao pastoreio dos fiéis. Além disso, tratava-se de um grande orador sacro e de um poeta de boa qualidade, o que muito honrou a nossa Academia. Sobre Antônio Tarcízio Aragão (Boris), afirmou tratar-se de alguém que amou intensamente a sua cidade, tendo deixado a todos nós um exemplo de doação e humildade. Teve a sorte de partir  desta vida rapidamente, escapando do longo sofrimento que a doença que o acometeu poderia lhe causar. Em seguida, falou o Acadêmico Abílio Lourenço Martins, cunhado de Antônio Tarcízio. Disse orgulhar-se de tê-lo tido como cunhado, dada a sua nobreza de caráter. Historiou o romance ocorrido entre o falecido e sua irmã Celininha, que culminou com a fuga de ambos em um determinado período de Carnaval, em Ipu. Lembrou os muitos anos de feliz matrimônio de Tarcízio e Celininha e o fato de nunca ter visto seu cunhado levantar a voz nem para a esposa nem para os filhos. Pronunciou-se, a seguir, o Acadêmico Olívio Martins de Souza Torres. Sobre o Mons. Moraes, destacou a obra monumental que logrou construir: o Patronato Milton de Souza Carvalho, que não contou com qualquer ajuda oficial, mas com a generosidade dos irmãos Milton e Nilo Carvalho, radicados no Sul do País. Trata-se da maior obra já realizada em Ipu e disso podemos tirar uma lição: não esperar tudo do poder público. No que diz respeito ao Boris, relembrou sua posse na Academia, no mês de janeiro último. Recordou o tempo em que seu pai, Abdias Martins, na década de 40, havia arrendado o sítio Lagoa, onde morava o Boris,  para plantar cana e fabricar rapadura, e suas idas freqüentes àquele aprazível sítio para tomar banho no riacho Ipuçaba e beber garapa de cana. Destacou, por fim, o profundo amor do falecido à sua terra natal, de onde nunca arredou pé em toda a sua vida profissional, como funcionário do Banco do Brasil. Em prosseguimento, a Acadêmica Francisca Ayla Oliveira Costa deu o seu depoimento. Lembrou a tristeza vivida pelo Ipu no dia 15/04/09, data da partida do Mons. Moraes para a pátria definitiva, o céu. Evocou “a voz que despertava os cristãos para o louvor, que transmitia palavras de consolo aos amargurados e palavras de ânimo aos abatidos.” Fez registro dos sacramentos valiosos que o extinto realizou nas vidas dos ipuenses, como “batismos, eucaristias, casamentos e tantas outras celebrações importantes.” Relembrou as festas de São Sebastião promovidas por Mons. Moraes, “que já não terão o mesmo brilho.” Destacou também a dedicação do falecido ao progresso de Ipu, particularmente nas áreas de educação e saúde. Finalmente, lembrou o dito do poeta Fernando Pessoa, aplicável ao homenageado: “foi inteiro em cada parte.” O próximo acadêmico a se pronunciar foi José Solon Sales e Silva, que ressaltou a trajetória do Mons. Moraes no âmbito eclesiástico. Tendo iniciado sua atuação como padre em Nova Russas, onde permaneceu por cerca de 10 anos, foi designado, em seguida, para o Ipu, cidade à qual dedicou-se intensamente durante mais de 60 anos, conforme já explanado nos depoimentos anteriores. Embora suas incursões na política partidária não hajam alcançado o êxito esperado, deixou lições positivas também nesse campo. Ato contínuo, fez uso da palavra a Acadêmica Maria do Carmo Cavalcante Aragão Magalhães (Carmita), irmã de Boris, que, após agradecer as manifestações de apreço feitas ao seu irmão, destacou o amor deste à sua terra natal, bem como duas virtudes que lhe eram inerentes: a mansidão e a humildade. Louvou, ainda, o acendrado amor que Boris tinha à sua família, lamentando, por fim, que, na qualidade de Secretário de Agricultura de Ipu, na atual gestão municipal, não tenha podido pôr em prática os muitos planos que imaginara implantar. Finalizando as manifestações, o Presidente Evander, referindo-se ao Boris, disse que “a perda de um amigo sempre cala no coração da gente”.  Mencionou que sua amizade com o falecido havia sido forjada ainda nos bancos escolares, tendo continuado ao longo do tempo, até a sua morte. Relatou, por fim, o entusiasmo de Boris no cargo de Secretário de Agricultura e seus planos nessa área, tais como a realização de exposições, a construção de açudes e outras ações que intentava implementar. Terminou seu pronunciamento afirmando que, embora Boris não estivesse mais aqui fisicamente, estava espiritualmente e que, lá onde se encontra, continua olhando por nós. Em seqüência, o Secretário Geral, Cláudio César, trouxe ao conhecimento dos presentes matéria publicada no jornal Diário do Nordeste, edição de 16/05/09, na qual era dada a notícia de que o prefeito Sávio Pontes havia decretado estado de emergência em Ipu, em decorrência das fortes chuvas caídas na região, onde 424 pessoas estavam desabrigadas, 9 se encontravam feridas, já tendo ocorrido uma morte, além da destruição de 107 prédios. Outra notícia veiculada pelo jornal dizia respeito ao estímulo dado à música pela atual administração municipal, com a aquisição de instrumentos musicais para três projetos do maestro Jorge Nobre, quais sejam os grupos Sexteto, Quinteto de Cordas e o Clube do Chorinho. Além disso, a Casa de Cultura Profa. Valderez Soares vem oferecendo oficinas de teoria musical, violino, teclado, violão, bateria, baixo elétrico e flauta doce. Em prosseguimento, a Acadêmica Ana Lucila anunciou que, entre os dias 08 e 22 do corrente mês, está sendo realizada, no Centro Cultural Oboé, uma exposição de arte e cultura, da qual fazem parte pinturas de sua autoria. Concluindo a reunião, o Presidente Evander prestou informações sobre a reunião realizada recentemente entre membros da AFAI e da AILCA e o prefeito Sávio Pontes, de Ipu, em que foi discutida a recuperação da estação ferroviária, para a qual já existem recursos disponíveis; com relação à Igrejinha, ainda não foram obtidos os recursos necessários, mas será solicitada ao Pe. Raimundo Nonato, pároco da cidade, permissão para a adoção de providências inadiáveis com vistas a impedir o seu desmoronamento. Por fim, foi feita a distribuição aos presentes de dois artigos do jornalista Paulo Tadeu no jornal “O Estado”, reivindicando a construção de uma estátua em homenagem ao Dragão do Mar, como era conhecido Francisco José do Nascimento, que se notabilizou pela luta abolicionista no Ceará. Nada mais havendo a tratar, deu-se por encerrada a reunião e, para constar, lavrei a presente ata, que vai assinada por mim e pelo Presidente da AILCA.


CLÁUDIO CÉSAR MAGALHÃES MARTINS
Secretário-Geral

MANUEL EVANDER UCHÔA LOPES
Presidente da AILCA
                                   

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